quarta-feira, julho 18, 2007
sexta-feira, junho 15, 2007
terça-feira, junho 05, 2007
Tempo
Quando os nossos músicos favoritos apresentam os filhos em vídeos de amigos, igualmente apreciados por nós, faz-me pensar o no tempo que passou...
Mas também no que vem aí...já aí.
P.S. - Thurston Moore (Sonic Youth) e filha são mestres-de-cerimónia par o novo vídeo dos Dinosaur Jr., realizado por Matt Dillon.
Quando os nossos músicos favoritos apresentam os filhos em vídeos de amigos, igualmente apreciados por nós, faz-me pensar o no tempo que passou...
Mas também no que vem aí...já aí.
P.S. - Thurston Moore (Sonic Youth) e filha são mestres-de-cerimónia par o novo vídeo dos Dinosaur Jr., realizado por Matt Dillon.
quarta-feira, maio 30, 2007
Eu quero...
Uma mesa, como em Minority report!
Microsoft Surface.
Para divertir, receber informação, pagar, etc, etc...
Eu quero!
Uma mesa, como em Minority report!
Microsoft Surface.
Para divertir, receber informação, pagar, etc, etc...
Eu quero!
segunda-feira, maio 28, 2007
A ler. E desejar não estar cá.
ENFIM, SÓ!
Público, 27.05.2007
António Barreto
Retrato da Semana
A saída de António Costa para a Câmara de Lisboa pode ser interpretada de muitas maneiras. Mas, se as intenções podem ser interessantes, os resultados é que contam. Entre estes, está o facto de o candidato à autarquia se ter afastado do governo e do partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho à frente de um e de outro. Único senhor a bordo tem um mestre e uma inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição pessoal, mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal. A ponto de, com zelo, se exceder: prefere decidir mal, mas rapidamente, do que adiar para estudar. Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu partido. Com os dois e com a sua própria intuição autoritária, compreendeu que se pode governar sem políticos.
Onde estão os políticos socialistas? Aqueles que conhecemos, cujas ideias pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado? Uns saneados, outros afastados. Uns reformaram-se da política, outros foram encostados. Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram de profissão. Uns foram viajar, outros ganhar dinheiro. Uns desapareceram sem deixar vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo. Manuel Alegre resiste, mas já não conta. Medeiros Ferreira ensina e escreve. Jaime Gama preside sem poderes. João Cravinho emigrou. Jorge Coelho está a milhas de distância e vai dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda existe. António Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão. Almeida Santos justifica tudo. Freitas do Amaral reformou-se. Alberto Martins apagou-se. Mário Soares ocupa-se da globalização. Carlos César limitou-se definitivamente aos Açores. João Soares espera. Helena Roseta foi à sua vida independente. Os grandes autarcas do partido estão reduzidos à insignificância. O Grupo Parlamentar parece um jardim-escola sedado. Os sindicalistas quase não existem. O actual pensamento dos socialistas resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e repetitiva sobre a inevitabilidade do governo e da luta contra o défice. O ideário contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a meditação budista. Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o sentimento público esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e dos políticos. Sem hesitar, apanhou a onda.
Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates. Não mais do que picadas de mosquito. As gafes entretêm a opinião, mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento. Mas nada de essencial está em causa. Os disparates de Manuel Pinho fazem rir toda a gente. As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino são pura diversão. E não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros, que nada têm a dizer para além dos seus assuntos técnicos, perturba o primeiro-ministro. É assim que ele os quer, como se fossem directores-gerais. Só o problema da Universidade Independente e dos seus diplomas o incomodou realmente. Mas tratava-se, politicamente, de questão menor. Percebeu que as suas fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo estava sob controlo. Mas nada de semelhante se repetirá.
Oestilo de Sócrates consolida-se. Autoritário. Crispado. Despótico. Irritado. Enervado. Detesta ser contrariado. Não admite perguntas que não estavam previstas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber. Deseja ter tudo quanto vive sob controlo. Tem os seus sermões preparados todos os dias. Só ele faz política, ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, de manipulação da imprensa, de propaganda e de encenação. O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre, na teimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias sob seu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um funcionário que se exprimiu em privado. O estilo de Sócrates está vivo, por inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo e apreensão. A austeridade administrativa e orçamental ameaça a tranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa. A imprensa sabe o que tem de pagar para aceder à informação. As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contas ao que têm de fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações.
Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de adjuntos dispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos, Sócrates governa. Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e um rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargos dirigentes do Estado. Nomeia e saneia a bel-prazer. Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos. É possível. Mas não é boa notícia. É sinal da impotência da oposição. De incompetência da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pela liberdade.
(recolhido de Aspirina B)
ENFIM, SÓ!
Público, 27.05.2007
António Barreto
Retrato da Semana
A saída de António Costa para a Câmara de Lisboa pode ser interpretada de muitas maneiras. Mas, se as intenções podem ser interessantes, os resultados é que contam. Entre estes, está o facto de o candidato à autarquia se ter afastado do governo e do partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho à frente de um e de outro. Único senhor a bordo tem um mestre e uma inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição pessoal, mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal. A ponto de, com zelo, se exceder: prefere decidir mal, mas rapidamente, do que adiar para estudar. Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu partido. Com os dois e com a sua própria intuição autoritária, compreendeu que se pode governar sem políticos.
Onde estão os políticos socialistas? Aqueles que conhecemos, cujas ideias pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado? Uns saneados, outros afastados. Uns reformaram-se da política, outros foram encostados. Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram de profissão. Uns foram viajar, outros ganhar dinheiro. Uns desapareceram sem deixar vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo. Manuel Alegre resiste, mas já não conta. Medeiros Ferreira ensina e escreve. Jaime Gama preside sem poderes. João Cravinho emigrou. Jorge Coelho está a milhas de distância e vai dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda existe. António Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão. Almeida Santos justifica tudo. Freitas do Amaral reformou-se. Alberto Martins apagou-se. Mário Soares ocupa-se da globalização. Carlos César limitou-se definitivamente aos Açores. João Soares espera. Helena Roseta foi à sua vida independente. Os grandes autarcas do partido estão reduzidos à insignificância. O Grupo Parlamentar parece um jardim-escola sedado. Os sindicalistas quase não existem. O actual pensamento dos socialistas resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e repetitiva sobre a inevitabilidade do governo e da luta contra o défice. O ideário contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a meditação budista. Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o sentimento público esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e dos políticos. Sem hesitar, apanhou a onda.
Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates. Não mais do que picadas de mosquito. As gafes entretêm a opinião, mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento. Mas nada de essencial está em causa. Os disparates de Manuel Pinho fazem rir toda a gente. As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino são pura diversão. E não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros, que nada têm a dizer para além dos seus assuntos técnicos, perturba o primeiro-ministro. É assim que ele os quer, como se fossem directores-gerais. Só o problema da Universidade Independente e dos seus diplomas o incomodou realmente. Mas tratava-se, politicamente, de questão menor. Percebeu que as suas fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo estava sob controlo. Mas nada de semelhante se repetirá.
Oestilo de Sócrates consolida-se. Autoritário. Crispado. Despótico. Irritado. Enervado. Detesta ser contrariado. Não admite perguntas que não estavam previstas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber. Deseja ter tudo quanto vive sob controlo. Tem os seus sermões preparados todos os dias. Só ele faz política, ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, de manipulação da imprensa, de propaganda e de encenação. O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre, na teimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias sob seu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um funcionário que se exprimiu em privado. O estilo de Sócrates está vivo, por inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo e apreensão. A austeridade administrativa e orçamental ameaça a tranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa. A imprensa sabe o que tem de pagar para aceder à informação. As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contas ao que têm de fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações.
Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de adjuntos dispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos, Sócrates governa. Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e um rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargos dirigentes do Estado. Nomeia e saneia a bel-prazer. Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos. É possível. Mas não é boa notícia. É sinal da impotência da oposição. De incompetência da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pela liberdade.
(recolhido de Aspirina B)
quinta-feira, maio 17, 2007
Saudades de NY
Por estas e por outras sinto saudades de NY.
Já há algum tempo que não deixava o corpo decidir uma paixão musical.
Desta vez deixei.
Não sei como é o resto de álbum mas o feeling que tive com este tema foi semelhante ao que tive quando coloquei pela primeira vez um vinil de Pixies!
Battles - "Atlas"
Por estas e por outras sinto saudades de NY.
Já há algum tempo que não deixava o corpo decidir uma paixão musical.
Desta vez deixei.
Não sei como é o resto de álbum mas o feeling que tive com este tema foi semelhante ao que tive quando coloquei pela primeira vez um vinil de Pixies!
Battles - "Atlas"
quarta-feira, maio 09, 2007
segunda-feira, abril 23, 2007
Lamentos
Mas afinal queixam-se de quê, os finlandeses?!
De comum connosco apenas o queixume...
(obrigado pela dica "A aba de Heisenberg")
Mas afinal queixam-se de quê, os finlandeses?!
De comum connosco apenas o queixume...
(obrigado pela dica "A aba de Heisenberg")
quinta-feira, abril 05, 2007
Bofetada que dói mais...
Era quase meia-noite quando passei pelo cartaz no Marquês.
Pensei "Outra vez os imbecis dos racistas!"
Nos centésimos de segundo o meu cérebro percebeu que não eram os imbecis mas os que me fazem rir...
Vim a rir para dentro e apensar "Genial, emu caro, genial! Que melhor reacção que esta com a intolerância?"
Hoje vi imagem no Público.
Humor e intervenção social!
Que quero mais?
Foto: Sérgio B. Gomes/PUBLICO.PT
Era quase meia-noite quando passei pelo cartaz no Marquês.
Pensei "Outra vez os imbecis dos racistas!"
Nos centésimos de segundo o meu cérebro percebeu que não eram os imbecis mas os que me fazem rir...
Vim a rir para dentro e apensar "Genial, emu caro, genial! Que melhor reacção que esta com a intolerância?"
Hoje vi imagem no Público.
Humor e intervenção social!
Que quero mais?
Foto: Sérgio B. Gomes/PUBLICO.PT
terça-feira, abril 03, 2007
Ei-lo de novo...Nick Cave!
Lembro-me perfeitamente...
Estava no 12º ano, intervalo, quando um amigo me disse, quase em êxtase:
"Sabes que vem cá tocar?! O Nick Cave!!"
E fomos. Ao Porto. A Rivoli.
Num concerto que terminou com público no palco, o Cave a querer literalmente bater nos seguranças que tentavam evitar essa mistura, a conversa com os "meninos" nas traseiras da sala, a memória do Blixa Bargeld a afastar-se, a pé, o relato do resto da noite passada noutro palco que foi o balcão de um bar da Ribeira.
Agora, ei-lo que volta, cru, a lembrar os primórdios Birthday Party.
Lembro-me perfeitamente...
Estava no 12º ano, intervalo, quando um amigo me disse, quase em êxtase:
"Sabes que vem cá tocar?! O Nick Cave!!"
E fomos. Ao Porto. A Rivoli.
Num concerto que terminou com público no palco, o Cave a querer literalmente bater nos seguranças que tentavam evitar essa mistura, a conversa com os "meninos" nas traseiras da sala, a memória do Blixa Bargeld a afastar-se, a pé, o relato do resto da noite passada noutro palco que foi o balcão de um bar da Ribeira.
Agora, ei-lo que volta, cru, a lembrar os primórdios Birthday Party.
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
(não ganhou o óscar mas merece que repita tudo o que disse em 24/03/2006)
Mulher
Mulher
Beleza.
Calma.
Paz.
Alma.
Cate Blanchettsexta-feira, fevereiro 16, 2007
Morfocinéticas
Chamam-se Pilobolus Dance Theatre e são, entre outros projectos paralelos, uma companhia de dança americana do Connecticut.
E fazem isto
e isto
Chamam-se Pilobolus Dance Theatre e são, entre outros projectos paralelos, uma companhia de dança americana do Connecticut.
E fazem isto
e isto
quarta-feira, fevereiro 14, 2007
Genuflexão
Para quem nunca viu (ou esqueceu) a excelente adaptação de Elia Kazan à peça de Tennessee Williams:
Esse momento em que Stanley Kowalski (homem áspero, masculino no pior e no melhor sentido) ajoelha perante Stella quase não precisava de enquadramento.
Mas faço-o; simples.
A cena surge após um momento de raiva, gerado após perda ao jogo, em que Stanley despeja as suas frustrações em Stella. Discussão violenta, um escondido fazer queixa dos “meninos-maus”, um pedido de ajuda, mas, na prática, um momento de extrema violência, após o qual, o Homem sai de casa, embriagado.
Pátio comum.
Stanley grita, clama, berra – “Hey Stella!”. Tinha caído. Estava de joelhos. Precisava do seu unguento, a sua cura, da sua redenção. Chama por ela.
Os vizinhos vêm à janela.
Stella surge na varanda.
Começa a descer.
A genuflexão como símbolo de arrependimento, de adoração, de respeito…mas também de veneração pela Mulher geradora (não nos esqueçamos que Stella estava grávida) de Vida.
No abraçar da cabeça de Stanley, encostada ao seu ventre, há, para mim, toda uma simbologia – a aceitação de tudo o de irracional do amor de Stanley nas suas entranhas, o oferecer do descanso supremo, o interior que se expõe….o dar, recebendo.
Não sei o que me dirão as feministas, que devem odiar o personagem Kowalski; para mim é um homem simples, ama de uma forma dura, excessiva e singular, porque masculina. Comete exageros, erra mas fundamentalmente…vive.
P.S.: Post recuperado de 17/02/2006
Para quem nunca viu (ou esqueceu) a excelente adaptação de Elia Kazan à peça de Tennessee Williams:
Esse momento em que Stanley Kowalski (homem áspero, masculino no pior e no melhor sentido) ajoelha perante Stella quase não precisava de enquadramento.
Mas faço-o; simples.
A cena surge após um momento de raiva, gerado após perda ao jogo, em que Stanley despeja as suas frustrações em Stella. Discussão violenta, um escondido fazer queixa dos “meninos-maus”, um pedido de ajuda, mas, na prática, um momento de extrema violência, após o qual, o Homem sai de casa, embriagado.
Pátio comum.
Stanley grita, clama, berra – “Hey Stella!”. Tinha caído. Estava de joelhos. Precisava do seu unguento, a sua cura, da sua redenção. Chama por ela.
Os vizinhos vêm à janela.
Stella surge na varanda.
Começa a descer.
A genuflexão como símbolo de arrependimento, de adoração, de respeito…mas também de veneração pela Mulher geradora (não nos esqueçamos que Stella estava grávida) de Vida.
No abraçar da cabeça de Stanley, encostada ao seu ventre, há, para mim, toda uma simbologia – a aceitação de tudo o de irracional do amor de Stanley nas suas entranhas, o oferecer do descanso supremo, o interior que se expõe….o dar, recebendo.
Não sei o que me dirão as feministas, que devem odiar o personagem Kowalski; para mim é um homem simples, ama de uma forma dura, excessiva e singular, porque masculina. Comete exageros, erra mas fundamentalmente…vive.
P.S.: Post recuperado de 17/02/2006
quarta-feira, fevereiro 07, 2007
Abraço
O osteológico abraço revela, sem necessidade de CSI's, algo que permaneceu para além da morte...
O osteológico abraço revela, sem necessidade de CSI's, algo que permaneceu para além da morte...
domingo, fevereiro 04, 2007
sábado, fevereiro 03, 2007
Mitologia do dia II - Dânae
Vecellio TIZIANO "Danae" (1544) ;CORREGGIO "Danae" (1531)
A ouvir Richard Strauss "Die Liebe der Danae"
Vecellio TIZIANO "Danae" (1544) ;CORREGGIO "Danae" (1531)
A ouvir Richard Strauss "Die Liebe der Danae"
sexta-feira, fevereiro 02, 2007
quarta-feira, janeiro 31, 2007
Se a outra gosta…bonito lhe parece!
O provérbio não é este mas foi a adaptação que me ocorreu para os comportamentos sexuais seguintes.
Investigadores escoceses do Instituto de Investigação Facial reconhecem como motivação feminina na escolha de rostos masculinos a “aprovação” das suas correligionárias
O estudo envolveu a avaliação do “sex-appeal” de homens jovens (fotografias), em pose neutra e parecidos entre si – os mais atraentes recebiam melhor pontuação; os menos atraentes…
Um verdadeiro festival, não da canção, mas da beleza masculina.
Em seguida as participantes neste estudo viram um vídeo em que ao lado da imagem do homem, desta vez, estava uma de mulher –a sorrir, em pose neutra ou com cara de “poucas-amigas”.
O processo de avaliação voltou à primeira fase tendo os investigadores concluído que as mulheres pontuavam melhor os homens que estivessem ao lado de mulheres sorridentes.
Gerava-se um efeito de cobiça por empatia – “se ela sorri, é porque deve ser bonito”.
Para os psicólogos que conduziram o estudo, o processo de transmissão social das preferências (imitação) da atractividade facial é interessante porque se pensava, habitualmente, que estas escolhas eram um processo individual.
Afinal parece que as escolhas, neste caso afectivas, e que assumíamos como intrínsecas à nossa individualidade são condicionadas igualmente pelos nossos pares.
Mas as mulheres que não se preocupem; este comportamento de cobiça não é único da espécie humana, existindo diversos casos no mundo animal –a codorniz do Japão (Coturnix japonica), o galo-lira (Tetrao tetrix), entre muito outros exemplos.
As fêmeas de gamo (Dama dama) são animadas pelas escolhas das suas “irmãs”, verificando-se, experimentalmente, que preferem haréns a machos solitários. Ainda por explicar está o facto de não evidenciarem preferência entre haréns de tamanho semelhante.
Mas quais as vantagens para uma fêmea copiar a escolha de outra fêmea?
Para espécies nas quais os machos não contribuem no desenvolvimento das crias a imitação na escolha de parceiro pode ser vantajosa pois a imitação poupa “tempo e trabalho” na escolha dos machos mais bonitos. Essa propagação comportamental ajuda em situações em que a selecção de um parceiro deva ser feita de forma rápida – condições de aridez ou falta de alimento. Estas condições extremas conduzem ao carácter esporádico do acasalamento tendo o comportamento de imitação na escolha de parceiro um importante papel evolutivo.
Em espécies em que o macho ajuda a fêmea na alimentação das crias as vantagens da imitação da escolha de parceiro não são tão evidentes e claras, pois, por exemplo, a fêmea corre o risco do macho que escolheu dividir as tarefas com…outra fêmea.
Comportamentos de imitação deste tipo levantam especulações evolutivas pois surge a possibilidade de uma real transmissão cultural, neste caso na escolha de parceiros.
Abre-se, assim, caminho à especulação teórica de que a evolução e a propagação das características dessas espécies não se faz meramente a nível genético mas pode estar condicionada por mecanismo cultural ligado à selecção do parceiro.
Esta transmissão social afectaria a frequência dos genes individuais que estariam representados nas gerações futuras contribuindo, desta forma, para um caminho evolutivo diferente.
Voltando à experiência da selecção de homens bonitos, curiosamente, a atitude masculina é oposta à das mulheres.
Homens (fotos) acompanhados de sorrisos femininos foram os que receberam menor pontuação por parte dos seus camaradas.
Ou seja, os homens pontuaram melhor os seus pares que não tinham recebido sorrisos das participantes da experiência.
Nada como a competição masculina para baralhar os critérios estéticos, infere-se dos resultados. É a questão de ir a um bar com amigo muito bonito – corremos o risco de as mulheres não olharem para nós.
Com base nestes resultados há que ir bares com amigos feios…
A nós, homens, resta-nos fazer marketing – comecemos por uma amiga (que nos sorria muito, de preferência) para ver se desperta a cobiça feminina.
Ou talvez não…
Artigos científicos consultados
“Social transmission of face preferences among humans.” Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, 16 Jan 2007, Page FirstCite, DOI 10.1098/rspb.2006.0205
“Evidence of social effects on mate choice in vertebrates.” Behavioural Processes 51 (2000) 167–175
Pintura - "Parnassus or Apollo and the Muses" de Simon VOUET (1640)
O provérbio não é este mas foi a adaptação que me ocorreu para os comportamentos sexuais seguintes.
Investigadores escoceses do Instituto de Investigação Facial reconhecem como motivação feminina na escolha de rostos masculinos a “aprovação” das suas correligionárias
O estudo envolveu a avaliação do “sex-appeal” de homens jovens (fotografias), em pose neutra e parecidos entre si – os mais atraentes recebiam melhor pontuação; os menos atraentes…
Um verdadeiro festival, não da canção, mas da beleza masculina.
Em seguida as participantes neste estudo viram um vídeo em que ao lado da imagem do homem, desta vez, estava uma de mulher –a sorrir, em pose neutra ou com cara de “poucas-amigas”.
O processo de avaliação voltou à primeira fase tendo os investigadores concluído que as mulheres pontuavam melhor os homens que estivessem ao lado de mulheres sorridentes.
Gerava-se um efeito de cobiça por empatia – “se ela sorri, é porque deve ser bonito”.
Para os psicólogos que conduziram o estudo, o processo de transmissão social das preferências (imitação) da atractividade facial é interessante porque se pensava, habitualmente, que estas escolhas eram um processo individual.
Afinal parece que as escolhas, neste caso afectivas, e que assumíamos como intrínsecas à nossa individualidade são condicionadas igualmente pelos nossos pares.
Mas as mulheres que não se preocupem; este comportamento de cobiça não é único da espécie humana, existindo diversos casos no mundo animal –a codorniz do Japão (Coturnix japonica), o galo-lira (Tetrao tetrix), entre muito outros exemplos.
As fêmeas de gamo (Dama dama) são animadas pelas escolhas das suas “irmãs”, verificando-se, experimentalmente, que preferem haréns a machos solitários. Ainda por explicar está o facto de não evidenciarem preferência entre haréns de tamanho semelhante.
Mas quais as vantagens para uma fêmea copiar a escolha de outra fêmea?
Para espécies nas quais os machos não contribuem no desenvolvimento das crias a imitação na escolha de parceiro pode ser vantajosa pois a imitação poupa “tempo e trabalho” na escolha dos machos mais bonitos. Essa propagação comportamental ajuda em situações em que a selecção de um parceiro deva ser feita de forma rápida – condições de aridez ou falta de alimento. Estas condições extremas conduzem ao carácter esporádico do acasalamento tendo o comportamento de imitação na escolha de parceiro um importante papel evolutivo.
Em espécies em que o macho ajuda a fêmea na alimentação das crias as vantagens da imitação da escolha de parceiro não são tão evidentes e claras, pois, por exemplo, a fêmea corre o risco do macho que escolheu dividir as tarefas com…outra fêmea.
Comportamentos de imitação deste tipo levantam especulações evolutivas pois surge a possibilidade de uma real transmissão cultural, neste caso na escolha de parceiros.
Abre-se, assim, caminho à especulação teórica de que a evolução e a propagação das características dessas espécies não se faz meramente a nível genético mas pode estar condicionada por mecanismo cultural ligado à selecção do parceiro.
Esta transmissão social afectaria a frequência dos genes individuais que estariam representados nas gerações futuras contribuindo, desta forma, para um caminho evolutivo diferente.
Voltando à experiência da selecção de homens bonitos, curiosamente, a atitude masculina é oposta à das mulheres.
Homens (fotos) acompanhados de sorrisos femininos foram os que receberam menor pontuação por parte dos seus camaradas.
Ou seja, os homens pontuaram melhor os seus pares que não tinham recebido sorrisos das participantes da experiência.
Nada como a competição masculina para baralhar os critérios estéticos, infere-se dos resultados. É a questão de ir a um bar com amigo muito bonito – corremos o risco de as mulheres não olharem para nós.
Com base nestes resultados há que ir bares com amigos feios…
A nós, homens, resta-nos fazer marketing – comecemos por uma amiga (que nos sorria muito, de preferência) para ver se desperta a cobiça feminina.
Ou talvez não…
Artigos científicos consultados
“Social transmission of face preferences among humans.” Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, 16 Jan 2007, Page FirstCite, DOI 10.1098/rspb.2006.0205
“Evidence of social effects on mate choice in vertebrates.” Behavioural Processes 51 (2000) 167–175
Pintura - "Parnassus or Apollo and the Muses" de Simon VOUET (1640)
quinta-feira, janeiro 25, 2007
Quanta Vida ainda haverá por descobrir? V
Investigadores japoneses, alertados por um pescador, filmaram um tubarão - Chlamydoselachus anguineus - que se julgava extinta.
Investigadores japoneses, alertados por um pescador, filmaram um tubarão - Chlamydoselachus anguineus - que se julgava extinta.
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Quanta Vida ainda haverá por descobrir?
terça-feira, janeiro 23, 2007
Invejas...
Já tinha ouvido falar (e digo ouvido porque na verdade não sei muito da vida sexual dos periquitos...) que os periquitos só acasalavam por "inveja" - macho+fêmeas=nicles; macho+macho+fêmea=festa!!
Um recente artigo conclui que as mulheres também sofrem de algo semelhante - acham mais atraentes os homens que recebem mais sorrisos de...outras mulheres!
E venham-me dizer que o Amor é estanque...
Resto da história - aqui
(imagem da direita e do fundo do artigo Social transmission of face preferences among humans Benedict C. Jones, Lisa M. DeBruine, Anthony C. Little, Robert P. Burriss, David R. Feinberg, Social transmission of face preferences among humans, Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, 16 Jan 2007, Page FirstCite, DOI 10.1098/rspb.2006.0205, URL http://dx.doi.org/10.1098/rspb.2006.0205)
Já tinha ouvido falar (e digo ouvido porque na verdade não sei muito da vida sexual dos periquitos...) que os periquitos só acasalavam por "inveja" - macho+fêmeas=nicles; macho+macho+fêmea=festa!!
Um recente artigo conclui que as mulheres também sofrem de algo semelhante - acham mais atraentes os homens que recebem mais sorrisos de...outras mulheres!
E venham-me dizer que o Amor é estanque...
Resto da história - aqui
(imagem da direita e do fundo do artigo Social transmission of face preferences among humans Benedict C. Jones, Lisa M. DeBruine, Anthony C. Little, Robert P. Burriss, David R. Feinberg, Social transmission of face preferences among humans, Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, 16 Jan 2007, Page FirstCite, DOI 10.1098/rspb.2006.0205, URL http://dx.doi.org/10.1098/rspb.2006.0205)
segunda-feira, janeiro 22, 2007
Referendo
Não posso deixar de indicar (chamada de atenção de Miguel Marujo, no Cibertúlia) e reproduzir o excelente texto e ponderada análise de Anselmo Borges, padre e professor de Filosofia, publicado no DN a 21/01/2007:
Numa questão tão delicada, com a vida e a morte em jogo, não se pretende que haja vencedores nem vencidos, mas um diálogo argumentado, para lá da paixão e mesmo da simples compaixão. Ficam alguns pontos para reflectir.
1. O aborto é objectivamente um mal moral grave. Aliás, ninguém é a favor do aborto em si, pois é sempre um drama.
2. A vida é um bem fundamental, mas não é um bem absoluto e incondicionado. Se o fosse, como justificar, por exemplo, o martírio voluntário e a morte em legítima defesa?
3. Para o aparecimento de um novo ser humano, não há "o instante" da fecundação, que é processual e demora várias horas. A gestação é um processo contínuo até ao nascimento. Há, no entanto, alguns "marcos" que não devem ser ignorados. É precisamente o seu conhecimento que leva à distinção entre vida, vida humana e pessoa humana. O blastocisto, por exemplo, é humano, vida e vida humana, mas não um indivíduo humano e, muito menos, uma pessoa humana. Se entre a fecundação e o início da nidação (sete dias), pode haver a possibilidade de gémeos monozigóticos (verdadeiros), é porque não temos ainda um indivíduo constituído. Antes da décima semana, não havendo ainda actividade neuronal, não é claro que o processo de constituição de um novo ser humano esteja concluído. De qualquer modo, não se pode chamar homicídio, sem mais, à interrupção da gravidez levada a cabo nesse período.
4. Sendo o aborto objectivamente um mal, deve fazer-se o possível para evitá-lo. Tudo começa pela educação e formação. Impõe-se uma educação sexual aberta e responsável para todos, que, não ficando reduzida aos aspectos biológicos e técnicos, tem de implicá-los, fazendo parte dela o esclarecimento, sem tabus, quanto à contracepção.
5. O aborto é uma realidade social que nem a sociedade nem o Estado podem ignorar. Como deve então posicionar-se o Estado frente a essa realidade: legalizando, liberalizando, penalizando?
6. Não sem razão, pensam muitos (eu também) que, se fosse cumprida, a actual lei sobre a interrupção da gravidez, permitida nos casos de perigo de morte ou grave e duradoura lesão para a mãe, de nascituro incurável com doença grave ou malformação congénita e de crime contra a liberdade e autonomia sexual (vulgo, violação), seria suficiente.
7. De qualquer forma, vai haver um referendo. O que se pergunta é se se é a favor da despenalização do aborto até às dez semanas, em estabelecimentos devidamente autorizados, por opção da mulher. Por despenalização entende-se que, a partir do momento em que não há uma pena, a justiça deixa de perseguir a mulher que aborta e já não será acusada em tribunal. Aparentemente, é simples. Mas compreende-se a perplexidade do cidadão, que, por um lado, é a favor da despenalização - despenalizar não é aprovar e quem é que quer ver a mulher condenada em tribunal? -, e, por outro, sente o choque de consciência por estar a decidir sobre a vida, realidade que não deveria ser objecto de referendo. O mal-estar deriva da colisão dos planos jurídico e moral.
8. Impõe-se ser sensível àquele "por opção da mulher" tal como consta na pergunta do referendo, pois há aí o perigo de precipitações e arbitrariedades. Por isso, no caso de o "sim" ganhar, espera-se e exige-se do Estado que dê um sinal de estar a favor da vida.
Pense-se no exemplo da lei alemã, que determina que a mulher, sem prejuízo da sua autonomia, deve passar por um "centro de aconselhamento" (Beratungsstelle) reconhecido. Trata-se de dialogar razões, pesar consequências, perspectivar alternativas. A mulher precisará de um comprovativo desse centro e entre o último encontro de aconselhamento e a interrupção da gravidez tem de mediar o intervalo de pelo menos três dias. As custas do aborto ficam normalmente a cargo da própria.
O penalista Jorge Figueiredo Dias também escreveu, num contexto mais amplo: "O Estado (...) não pode eximir-se à obrigação de não abandonar as grávidas que pensem em interromper a gravidez à sua própria sorte e à sua decisão solitária (porventura na maioria dos casos pouco informada); antes deve assegurar-lhes as melhores condições possíveis de esclarecimento, de auxílio e de solidariedade com a situação de conflito em que se encontrem. Sendo de anotar neste contexto a possibilidade de vir a ser considerada inconstitucional a omissão do legislador ordinário de proporcionar às grávidas em crise ou em dificuldades meios que as possam desincentivar de levar a cabo a interrupção".
Não posso deixar de indicar (chamada de atenção de Miguel Marujo, no Cibertúlia) e reproduzir o excelente texto e ponderada análise de Anselmo Borges, padre e professor de Filosofia, publicado no DN a 21/01/2007:
Numa questão tão delicada, com a vida e a morte em jogo, não se pretende que haja vencedores nem vencidos, mas um diálogo argumentado, para lá da paixão e mesmo da simples compaixão. Ficam alguns pontos para reflectir.
1. O aborto é objectivamente um mal moral grave. Aliás, ninguém é a favor do aborto em si, pois é sempre um drama.
2. A vida é um bem fundamental, mas não é um bem absoluto e incondicionado. Se o fosse, como justificar, por exemplo, o martírio voluntário e a morte em legítima defesa?
3. Para o aparecimento de um novo ser humano, não há "o instante" da fecundação, que é processual e demora várias horas. A gestação é um processo contínuo até ao nascimento. Há, no entanto, alguns "marcos" que não devem ser ignorados. É precisamente o seu conhecimento que leva à distinção entre vida, vida humana e pessoa humana. O blastocisto, por exemplo, é humano, vida e vida humana, mas não um indivíduo humano e, muito menos, uma pessoa humana. Se entre a fecundação e o início da nidação (sete dias), pode haver a possibilidade de gémeos monozigóticos (verdadeiros), é porque não temos ainda um indivíduo constituído. Antes da décima semana, não havendo ainda actividade neuronal, não é claro que o processo de constituição de um novo ser humano esteja concluído. De qualquer modo, não se pode chamar homicídio, sem mais, à interrupção da gravidez levada a cabo nesse período.
4. Sendo o aborto objectivamente um mal, deve fazer-se o possível para evitá-lo. Tudo começa pela educação e formação. Impõe-se uma educação sexual aberta e responsável para todos, que, não ficando reduzida aos aspectos biológicos e técnicos, tem de implicá-los, fazendo parte dela o esclarecimento, sem tabus, quanto à contracepção.
5. O aborto é uma realidade social que nem a sociedade nem o Estado podem ignorar. Como deve então posicionar-se o Estado frente a essa realidade: legalizando, liberalizando, penalizando?
6. Não sem razão, pensam muitos (eu também) que, se fosse cumprida, a actual lei sobre a interrupção da gravidez, permitida nos casos de perigo de morte ou grave e duradoura lesão para a mãe, de nascituro incurável com doença grave ou malformação congénita e de crime contra a liberdade e autonomia sexual (vulgo, violação), seria suficiente.
7. De qualquer forma, vai haver um referendo. O que se pergunta é se se é a favor da despenalização do aborto até às dez semanas, em estabelecimentos devidamente autorizados, por opção da mulher. Por despenalização entende-se que, a partir do momento em que não há uma pena, a justiça deixa de perseguir a mulher que aborta e já não será acusada em tribunal. Aparentemente, é simples. Mas compreende-se a perplexidade do cidadão, que, por um lado, é a favor da despenalização - despenalizar não é aprovar e quem é que quer ver a mulher condenada em tribunal? -, e, por outro, sente o choque de consciência por estar a decidir sobre a vida, realidade que não deveria ser objecto de referendo. O mal-estar deriva da colisão dos planos jurídico e moral.
8. Impõe-se ser sensível àquele "por opção da mulher" tal como consta na pergunta do referendo, pois há aí o perigo de precipitações e arbitrariedades. Por isso, no caso de o "sim" ganhar, espera-se e exige-se do Estado que dê um sinal de estar a favor da vida.
Pense-se no exemplo da lei alemã, que determina que a mulher, sem prejuízo da sua autonomia, deve passar por um "centro de aconselhamento" (Beratungsstelle) reconhecido. Trata-se de dialogar razões, pesar consequências, perspectivar alternativas. A mulher precisará de um comprovativo desse centro e entre o último encontro de aconselhamento e a interrupção da gravidez tem de mediar o intervalo de pelo menos três dias. As custas do aborto ficam normalmente a cargo da própria.
O penalista Jorge Figueiredo Dias também escreveu, num contexto mais amplo: "O Estado (...) não pode eximir-se à obrigação de não abandonar as grávidas que pensem em interromper a gravidez à sua própria sorte e à sua decisão solitária (porventura na maioria dos casos pouco informada); antes deve assegurar-lhes as melhores condições possíveis de esclarecimento, de auxílio e de solidariedade com a situação de conflito em que se encontrem. Sendo de anotar neste contexto a possibilidade de vir a ser considerada inconstitucional a omissão do legislador ordinário de proporcionar às grávidas em crise ou em dificuldades meios que as possam desincentivar de levar a cabo a interrupção".
segunda-feira, janeiro 15, 2007
Património Cultural
Um exemplo de uma campanha para preservar o que de melhor tem um país - sejam fósseis seja o que for.
Na Argentina.
E em Portugal?
Um exemplo de uma campanha para preservar o que de melhor tem um país - sejam fósseis seja o que for.
Na Argentina.
E em Portugal?
terça-feira, janeiro 09, 2007
No caso da Clara Pinto Correia a irmandade jornalística crucificou-a.
No caso da sua “irmã”, Clara Barata, não ouvi nem o mais pequeno comentário – tirando um breve no Blog do Pacheco Pereira.
Porquê??
UMA FORMA DE PLÁGIO
Por Rui Araújo
“Embora o assunto que aqui abordo não me pareça ser novo (lembro-me de já ter lido uma crítica idêntica em anteriores cartas ao provedor) dado o lado caricato da situação penso que devo fazer uma breve crítica ou pelo menos comentário.Penso ser do código de conduta de um jornalista a citação das fontes bibliográficas do seu texto. Em especial quando esse texto é quase todo baseado num artigo ou trabalho de outro(s).
Na passada edição da PÚBLICA (22/10/2006) na secção ‘Ciência Louca’ de Clara Barata ‘Em busca do autobronzeador ideal’ percebe-se pela leitura do texto que este teve a sua origem numa tradução de um texto de uma revista anglo-saxónica (estaria tentado a dizer qual mas não o faço)."
(...)
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