Para isto...lindo...

(Marlon Brando e Kim Hunter, "Um Eléctrico chamado Desejo", de Elia Kazan)
*O que escrevi, num comentário ao post "Para que servem os homens":
Mas que raio!
Mulheres modernas, arvorando-se das conquistas dos idos anos 60 e seguintes.
A revolução esteve na rua. Bem haja revolução; conquistaram tanto!
E para quê?
Para ansiarem o que já tiveram, para voltarem à caverna, tudo mudar para que...tudo fique na mesma!
Papéis na relação não se resumem só, embora importantes, às tarefas estereotipadas, burguesamente atribuídas, de cada um dos sexos!
Fez-me mais pela minha alteração de como via a Mulher, ideia arreigada da minha educação, assistir pela primeira vez a um bailado contemporâneo do que mil lutas e queima de soutiens.
No bailado, a Mulher agarrou no Homem, e revolveu-o, mexeu-lhe, lançou-o.
Deixem-se de papéis.
Não me importo que me arranjem a canalização ou electricidade (a minha progenitora sempre o fez); eu carrego com a criança enquanto ela vai para os copos com as amigas - who fucking cares!!
Quero-a, porque me agarra quando Eu preciso;
Quere-me, porque Eu a agarro quando Ela precisa...
Tudo resta cheira a retrocesso...

5 comentários:
Ultimamente tenho tantos links...
Alma, eu tive, há muitos anos, praticamente no qualquer-coisa-óico, uma coisa chamada ilusões. Amei os homens com tanta pureza, a do desejo e a do amor, sabes?!
Mas depois, aconteceram muitas coisas, porque é normal, que aconteçam muitas coisas numa vida e fiquei muito... desconfiada.
(Os homens não são todos iguais, felizmente; e as mulheres também não.)
Um abraço.
Nem mais!
O que, de repente, me vem ao pensamento: isto e mais facil falar, do que praticar. Mas continuo a concordar.
esqueci-me... a primeira imagem e linda!
Essa imagem pode levar a várias intrepretações!! Primeira, submissão masculina!!!Segunda, muito menos emotiva, dada a posição que ele se encontra e a cara perto das pernas dela....nem preciso dizer mais!!!
Mas gostei!!!Está bonito!!!
Para quem não viu (ou esqueceu) a excelente adaptação de Elia Kazan à peça de Tennessee Williams:
Esse momento em que Stanley Kowalski (homem áspero, masculino no pior e no melhor sentido) ajoelha perante Stella quase não precisava de enquadramento.
Mas faço-o; simples.
A cena surge após um momento de raiva, gerado após perda ao jogo, em que Stanley despeja as suas frustrações em Stella. Discussão violenta, um escondido fazer queixa dos “meninos-maus”, um pedido de ajuda, mas, na prática, um momento de extrema violência, após o qual, o Homem sai de casa, embriagado.
Pátio comum.
Stanley grita, clama, berra – “Hey Stella!”. Tinha caído. Estava de joelhos. Precisava do seu unguento, a sua cura, da sua redenção. Chama por ela.
Os vizinhos vêm à janela.
Stella surge na varanda.
Começa a descer.
A genuflexão como símbolo de arrependimento, de adoração, de respeito…mas também de veneração pela Mulher geradora (não nos esqueçamos que Stella estava grávida) de Vida.
No abraçar da cabeça de Stanley, encostada ao seu ventre, há, para mim, toda uma simbologia – a aceitação de tudo o de irracional do amor de Stanley nas suas entranhas, o oferecer do descanso supremo, o interior que se expõe….o dar, recebendo.
Não sei o que me dirão as feministas, que devem odiar o personagem Kowalski; para mim é um homem simples, ama de uma forma dura, excessiva e singular, porque masculina. Comete exageros, erra mas fundamentalmente…vive.
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