

Philip K. Dick tinha razão quando construiu diálogos na língua híbrida futurista em Blade Runner: misto de chinês e espanhol.
Voltei à Terra e não fiz bem a descompressão.
Rodeiam-me neons embrulhados em pauzinhos;
búfalos puxados por cabos USB;
incapacidades de dizer não negadas com sorrisos de olhos rasgados;
miríades de gentes aos berros cheias de ausências;
calmas nervosas em acelerações esperadas;
surpresas incontáveis e inenarráveis;
cheiros a nada e de tudo;
estar do outro lado da jaula;
coreografias kitsch em cibercafés;
pedido de roupa lavada pelo Google translator nos confins do mundo;
pratos de fungos divinos com ninfas melíferas…












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